sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O Mundo e o Vinho


Bem-vindos! Este é o primeiro post deste blog, e espero que o acompanhe sempre. Se você é um apaixonado por vinhos, um internauta curioso por saber mais sobre esta bebida, digitou as palavras “mundo” e “vinho” no Google e clicou no link desta página, um estudante pesquisando sobre o assunto para um trabalho escolar... De alguma forma, compartilhamos algo: a curiosidade e interesse pela bebida.

Muito fala-se sobre o vinho. Sobre seus benefícios à saúde humana (através do consumo moderado). Sobre os valores alcançados por rótulos de safras excepcionais. Sobre as diversas variedades de uvas utilizadas na produção. Sobre as interações enogastronômicas que podem transformar uma refeição (para o bem ou para o mal). E, não obstante, sobre regiões produtoras de rótulos de qualidade. Então, o que podemos definir como “rótulo de qualidade”? Seria um vinho o qual é reconhecido como excelente pela crítica especializada? Ou seria um vinho de alta vendagem, amplamente propagandeado?

Um rótulo de qualidade, na opinião deste que vos escreve, é um rótulo feito por um apaixonado pelo vinho. Como eu e, provavelmente, como você. O amor acontece desde o cuidado com o solo, a videira, a colheita, os métodos de produção, o rótulo, o toque “pessoal”... até que este apaixonado o “seduz” com o seu trabalho. O bordão “O melhor vinho é aquele que você gosta” faz todo o sentido: trata-se de um amor correspondido.




Barril de carvalho americano utilizado pela “bodega” argentina Catena Zapata. A obstinação e paixão de seu fundador, Nicolas Catena, ajudou a elevar mundo afora a reputação do vinho argentino, até então país produtor de rótulos simples e baratos. 


A história desta “sedução” nos leva à região que hoje compreende a Geórgia (ex-república soviética), Irã e Armênia, à antiga Mesopotâmia (atualmente uma região que compreende essencialmente o Iraque), e até a primeira civilização a qual há registros: os sumérios. A grosso modo, pode-se dizer que os rumos da Vitis Vinifera (a espécie utilizada para produção de vinhos) acompanharam desde sempre os rumos da civilização. Dos sumérios para os assírios; destes aos egípcios e fenícios que, com seu talento comercial, levaram as vinhas por toda a bacia do Mar Mediterrâneo. Aos gregos e etruscos; aos romanos e à expansão do consumo pelo seu vasto império. Até este ponto, diversos melhoramentos técnicos haviam sido realizados no processo de produção; com a alta Idade Média (imediatamente após o esfacelamento do Império Romano do Ocidente) e as invasões árabes, húngaras e normandas pela Europa, coube aos monges cluniacenses e cistercenses manter a chama (ou seria taça?) vinhateira acesa (cheia?), e novo impulso técnico foi dado. Com as Grandes Navegações, e conseqüente expansão da cultura européia, as vinhas ganham outros continentes, novos solos para conhecerem e mostrarem suas facetas. E chegamos aos dias atuais, com a cultura do vinho vigorosa e em plena expansão: novos públicos, novas regiões descobertas e a descobrir. O vinho tornou-se global.



 Antigas ânforas gregas. A ânfora ainda vêm sendo utilizada: alguns, por respeito a tradições. Outros, para obtenção de vinhos os mais “naturais” possíveis. E há aqueles que a utilizam por modismos.


E quais novas regiões? Quais países possuem zonas com potencial a ser explorado? Quais as localidades com reputação consolidada? E quais áreas, por mais tradicionais que sejam, não possuem os holofotes voltados para si, ou encontram-se atualmente subestimadas? Eis o objetivo principal desta página: trazer-lhe um pouquinho destes pedaços do planeta, sua história, suas características, o que é produzido e, claro, um ou mais rótulos desta região avaliados por este que vos escreve, através de um sistema de pontuação que será detalhado no próximo post. Também serão apresentados outros assuntos inerentes ao mundo do vinho, porém sempre como “acessórios” do foco principal.

O vinho une o mundo. Une nações. E une pessoas. Faço o convite para, juntos, desbravarmos os diversos recantos do planeta em busca deste amor perfeito, a ser correspondido.

Saúde, e bons vinhos!


Fábio Romão Prado

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