domingo, 17 de abril de 2016

Toscana



             


Castello Banfi,típico “hotel-vinícola” da Toscana.


            A palavra “vinho” costuma evocar sensações, momentos, pré-conceitos e lugares. Sensações geralmente festivas; momentos de alegria ou romantismo, pré-conceitos como os seus benefícios à saúde e ao suposto retardamento do envelhecimento. E lugares. Provavelmente, lembraremos do sul do nosso país, reconhecido produtor de rótulos de crescente qualidade, inclusive a nível internacional; de Portugal, com seus afamados tintos, vinhos verdes e fortificados; dos nossos vizinhos sul-americanos, tão comuns nas gôndolas de supermercados (e não por isso desprezíveis, pelo contrário); da “toda-poderosa” França, o país a ser batido; e também da “Bota”, a querida Itália.

            A imagem da mesa de almoço farta, com a família ruidosa reunida é um estereótipo bastante arraigado em nossas mentes. Assim como o vinho tinto servido à mesa em tais ocasiões. Aos iniciados, mesmo que “levemente”, no mundo do vinho, a Itália é associada aos seus vinhos de cepas autóctones, muitas por sinal: vinhos majestosos, profundos e aclamados internacionalmente. Mas, em um pedaço do país, alguns produtores também optaram por expressar seus “terroirs” através de cepas... francesas. Este “pedaço”, um dos mais belos da Península Itálica, é a Toscana.



Sua História

            A Toscana já era habitada pelos etruscos por volta do século VIII a.C. A Etrúria, por sinal, abrangia as regiões da Toscana e boa parte do Lácio e da Úmbria. Os etruscos eram apaixonados pela cultura do vinho, tendo-a importado, junto com o cultivo das oliveiras, do mundo grego, como atestam diversos achados arqueológicos nas últimas décadas (em 2013, foi comprovada, através de ânforas e prensas de pedra na região de Montpellier, a introdução da viticultura pelos etruscos em solo francês).



Ruínas da antiga cidade etrusca de Lattara, atual Lattes, nas proximidades de Montpellier, França. No detalhe, local onde foi localizada grande quantidade de ânforas.



            Os etruscos implantaram na região a agricultura e a mineração, bem como a infraestrutura de transporte necessária para escoar sua produção. Também foram responsáveis pela criação do alfabeto latino, adaptado do grego. No entanto, em 509 a.C, Tarquínio, último rei etrusco de Roma foi deposto, e foi implantada a República romana (a influência deste povo na política e cultura romanas era muito grande).




Teatro Romano, em Volterra: ateste da ocupação romana na Toscana.



            A região vivenciou a ascensão e queda do Império Romano, e certamente foi a implementadora de diversas melhorias no cultivo da uva para fins de vinificação. Após a queda de Roma em 476, a região foi transformada em província do Império Romano do Oriente (Império Bizantino): porém, em 568, estes foram expulsos da região pelos lombardos, povo germânico da Europa setentrional. Este reinado durou cerca de 2 séculos: logo os francos, fundadores do Sacro Império Romano-Germânico, ocupariam a Toscana. Estes empossaram os condes de Luca, um dos principais centros da região, como seus senhores. Sua influência era tal a ponto de interferir na escolha dos papas, à época. Sua última representante, Matilde de Toscana (Matilde de Canossa), faleceu em 1115 e, em seu testamento, legou a posse da região para os Estados Pontifícios, o que desagradou o Sacro Império Romano-Germânico, adversário daqueles à época.




Matilde de Toscana (Basílica de São Pedro, Vaticano).


           
Neste ínterim, pouco a pouco as principais cidades da Toscana obtiveram sua independência, tornando-se comunas, as quais combateriam regularmente as investidas do Sacro Império sobre a região. Ainda sobre este contexto de rivalidades e escaramuças entre o Sacro Império e os Estados Pontifícios (papado), as cidades tomaram seu partido: enquanto Luca, Pisa e Pistoia posicionavam-se ao lado deste último, a cidade de Florença posicionava-se a favor do Sacro Império. Essa divisão, intensificada quando da definição do novo monarca o qual assumiria o Sacro Império, era personificada pelas facções dos guelfos (apoiadores do “candidato” apoiado pelo papado) e gibelinos (apoiadores do “candidato” apoiado pelo Sacro Império).




Guelfos e Gibelinos.



Até então, Pisa, com sua vocação mercantil, era a cidade mais influente e poderosa da região. No entanto, após divergências com a emergente Florença e sua derrota perante esta na Batalha de Meliora (1284) marcaram o seu declínio e definitiva ascensão florentina. Em pouco tempo, Florença tornar-se-á uma das mais influentes cidades de toda a Europa, sob o comando enérgico da família Médici.





Brasão dos Médici.



Neste período de efervescência cultural, bancado pelo poderio econômico dos Médici, onde alguns dos maiores artistas da história da Humanidade puderam exercer livremente sua arte (Donatello, Michelangelo, entre outros), um dos vinhos produzidos na região já era altamente reputado. O Chianti era servido nos melhores jantares da época e gozava de grande prestígio por toda a península Itálica. Sobre este, há uma lenda a qual envolve o direito sobre o uso do nome Chianti no rótulo dos vinhos:


Em meados do século XVII, Siena e Florença viram-se envolvidas em disputas e questões envolvendo limites territoriais. Para resolver a desavença, as cidades chegaram a um acordo: haveria uma disputa envolvendo 2 cavalos, um de cada cidade, e cada um deveria partir, ao cantar do galo na alvorada, em direção à cidade “rival”. O ponto em que ambos os cavaleiros se encontrassem determinaria a fronteira dos domínios das cidades. E também poderia utilizar o nome ‘Chianti’ em seus vinhos.

Siena escolhera um galo forte e saudável para o cantar da alvorada, ao contrário de Florença, a qual escolheu um galo negro e mal nutrido. Uma vez que este último tinha fome, acordou primeiro, dando vantagem ao cavaleiro florentino: ambos se encontraram muito próximos da cidade de Siena.”




Selo representativo dos vinhos conhecidos como “Chianti Clássico”, com a alusão ao “galo negro”.



            Após o término do domínio dos Médici sobre a região (1737), a mesma passou pelo domínio de diversos reinos europeus até que, em 1799, a França de Napoleão Bonaparte ocupa a Toscana, porém sem sucesso: uma revolta popular expulsou os estrangeiros. Porém em vão: em 1800, após a Batalha de Marengo, a região torna-se novamente possessão francesa, situação que perduraria até 1814. Em 1860, após plebiscito realizado, a Toscana tornou-se uma comuna pertencente ao Reino da Itália, situação que perdura até os dias atuais.

            Enquanto isso, no mesmo ano, Ferrucio Biondi-Santi produzia em Montalcino, comuna próxima à cidade de Siena, um vinho tinto produzido à base de uma variedade da cepa autóctone Sangiovese, a Sangiovese Grosso (Brunello). O vinho imediatamente adquiriu uma excelente reputação, porém até 1950 sua fama permaneceria circunscrita à região. Somente após este ano o conhecido Brunello di Montalcino ganharia o mundo. Em 1980, o governo italiano decretou a criação da DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita) Brunello di Montalcino.




Biondi-Santi DOCG Brunello di Montalcino.



            No final dos anos 1960, a Tenuta San Guido, localizada em Bolgheri, produz o vinho Sassicaia, à base da cepa tinta francesa Cabernet Sauvignon. O rótulo não obedecia às regras exigidas para recebimento do “selo” DOC em seu rótulo; porém, na década seguinte, os vinhos produzidos com cepas “estrangeiras” na região passam a receber a denominação “supertoscanos”, vinhos que fariam muito sucesso na década de 1980 e contribuiriam para acentuar a já grande fama da região em produzir grandes vinhos.




Sassicaia Cabernet Sauvignon 1968: o precursor dos vinhos “supertoscanos”.
           


           
Sua Localização



Localização da Toscana (em vermelho) no território italiano.


            A Toscana localiza-se no centro-norte da Península Itálica, delimitada ao norte pela província de Emília-Romagna, a oeste pela Ligúria e pelo Mar Tirreno, a leste pelas províncias da Úmbria e Marche, e ao sul pelo Lácio, província onde localiza-se a capital do país, Roma.




Seu Clima e Solo

           
            O macroclima na região da Toscana é do tipo “mediterrânico”, ou seja, possui estações bem definidas, com verões secos e invernos de temperaturas instáveis. Devido a topografia bastante irregular, a vinicultura beneficia-se com tal relevo, devido às diferenças de incidência solar nos vinhedos plantados sobre as colinas, bem como as variações significativas de temperatura entre o dia e a noite.

            Quanto ao solo, podemos dizer que há um verdadeiro mosaico deles na região. No nordeste, ele é predominantemente calcário. Próximo aos Montes Apeninos, as já citadas colinas são de origem vulcânica, pontuadas por “ilhas” argilosas e arenosas. Próximo aos principais rios que percorrem a região (Arno, Orta e Ombrone, entre outros), predominam os solos arenosos, compostos de rochas sedimentares e cascalho.
Suas Sub-Regiões



Vinícola Fratelli Triacca, Maremma.


            Uma vez berço de vinhos internacionais, é de se esperar uma regulamentação rigorosa e detalhada da Toscana. Abaixo segue um mapa vinícola da região:




Mapa vinícola da Toscana.



            Abaixo, segue relação das denominações regulamentadas existentes na Toscana, considerando as denominações oficiais IGT, DOC e DOCG:



Denominação IGT:

- Alta Valle del Greve IGT
- Colli della Toscana Centrale IGT
- Maremma Toscana IGT
- Vallagarina IGT
- Val Di Magra IGT
- Montecastelli IGT
- Toscano o Toscana IGT



Denominação DOC:

- Ansonica Costa dell’Argentario DOC
- Barco Reale di Carmignano DOC
- Barco Reale DOC
- Bianco della Valdinievole DOC
- Bianco dell’Empolese DOC
- Bianco di Pitigliano DOC
- Bianco Pisano di San Torpè DOC
- Bianco Vergine della Valdichiana DOC
- Valdichiana DOC
- Bolgheri DOC
- Bolgheri Sassicaia DOC
- Candia dei Colli Apuani DOC
- Capalbio DOC
- Colli dell’Etruria Centrale DOC
- Colli di Luni DOC
- Colli di Luni Vermentino DOC
- Colline Lucchesi DOC
- Cortona DOC
- Elba DOC
- Grance Senese DOC
- Maremma Toscana DOC
- Montecarlo DOC
- Montecucco DOC
- Monteregio di Massa Marittima DOC
- Montescudaio DOC
- Terre di Casole DOC
- Terre di Pisa DOC
- Moscadello di Montalcino DOC
- Orcia DOC
- Parrina DOC
- Pomino DOC
- Rosso di Montalcino DOC
- Rosso di Montepulciano DOC
- San Gimignano DOC
- Sant’Antimo DOC
- Sovana DOC
- Terratico di Bibbona DOC
- Val d’Arbia DOC
- Val D´Arno di Sopra DOC
- Val di Cornia DOC
- Valdichiana Toscana DOC
- Valdinievole DOC
- Vin Santo del Chianti DOC
- Vin Santo del Chianti Classico DOC
- Vin Santo di Montepulciano DOC



Denominação DOCG:

- Brunello di Montalcino DOCG
- Carmignano DOCG
- Chianti DOCG
- Chianti Classico DOCG
- Elba Aleatico Passito DOCG
- Montecucco SangioveseDOCG
- Rosso Val di Cornia DOCG
- Survereto DOCG
- Morellino di Scansano DOCG
- Vernaccia di San Gimignano DOCG
- Nobile di Montepulciano DOCG


            Como é possível notar, a variedade da produção vinícola na Toscana é enorme; por isso, detalharemos somente algumas de suas regiões mais conhecidas e importantes:


- Maremma Toscana IGT e DOC: no extremo sul da Toscana, na fronteira com o Lácio, encontra-se esta região, onde são produzidos vinhos tintos, fortificados, rosés, brancos, de sobremesa e espumantes, utilizando-se das cepas Trebbiano , Vermentino , Malvasia branca,  ,Sangiovese , Ciliegiolo , Ansonica , Chardonnay , Sauvignon , Alicante , Cabernet Sauvignon , Cabernet Franc, Canaiolo tinta , Merlot , Syrah e Viognier;


- Bolgheri DOC e Bolgheri Sassicaia DOC: famosas por serem as pioneiras na introdução de cepas clássicas francesas na região, os vinhos daqui adquiriram fama internacional a partir dos anos 1970. Tornou-se uma denominação DOC em 1983, e podem utilizar em seu corte as cepas Sauvignon , Vermentino , Trebbiano , Cabernet Sauvignon , Merlot , Cabernet Franc , Syrah e Sangiovese. São produzidos rótulos tintos, brancos e rosés. Para a DOC Bolgheri Sassicaia, a única exigência é que seus rótulos tintos possuam ao menos 80% de Cabernet Sauvignon;


- Rosso di Montalcino DOC: denominação mais simples em relação a DOCG Brunello di Montalcino, dada a legislação mais branda em relação a esta, porém origem de vinhos de ótima qualidade. Uma das diferenças em relação aquela denominação reside no tempo de envelhecimento do vinho produzido;


- Vin Santo del Chianti Classico DOC e  Vin Santo di Montepulciano DOC: o “vin santo” é um estilo próprio de vinho de sobremesa da Itália, particularmente nas províncias da Toscana e Úmbria. É produzido a partir da desidratação de cachos de uvas brancas, o que aumenta a sua concentração de açúcar. Na Toscana há 2 denominações DOC mais conhecidas pela sua produção, surgidas nos anos 1990: Chianti Classico e Montepulciano. A principal diferença é a possibilidade de utilização da cepa branca autóctone Grechetto nestes últimos;


- Brunello di Montalcino DOCG: na província de Siena, mais precisamente na comuna de Montalcino, é produzido aquele que, junto com os Barolos da região do Piemonte, é um dos vinhos mais longevos em termos de envelhecimento da Itália. Trata-se da primeira região do país a ter recebido a denominação DOCG, em 1966. Sua origem remonta ao início do século XIX, através dos estudos de Clemente Santi acerca da cepa tinta autóctone Sangiovese, em especial de uma variedade conhecida como Brunello. Em 1860, seu neto Clemente produziria a primeira safra, que já revelara-se excepcional. Os vinhos tem de ser obrigatoriamente varietais da cepa, podendo receber o complemento “Reserva” se disponibilizados para o mercado após 6 anos da safra, 2 anos em barricas de carvalho e 6 meses envelhecido em garrafa;


- Chianti DOCG e Chianti Classico DOCG: duas das mais afamadas denominações da Itália, Chianti e Chianti Classico foram alçadas a denominação DOC em 1967, elevadas a DOCG em 1996. A legislação vigente nesta região permite somente a cepa tinta Sangiovese (Chianti) ou no máximo 20% de outras cepas tintas “adequadas” a Toscana (Chianti Clássico). Os primeiros registros históricos dos vinhos “Chianti” datam de 1398; em 1716, os Médici outorgaram a três cidades da Lega Del Chianti a produção do vinho, tornando-se a primeira Denominação de Origem conhecida (marca até hoje contestada pelos portugueses, que entendem que a primeira região demarcada para produção de vinhos tenha sido a DO Vinho do Porto, em 1756);


- Elba Aleatico Passito DOCG: o vinho “passito” é um produto da desidratação das uvas. Há três formas de desidratar a uva: secagem ao sol sobre esteiras, secagem em local coberto especial e secagem do cacho na própria videira. As primeiras referencias a este vinho datam da Idade Média, com a sua elaboração pelos templários na ilha de Chipre. Para os passitos produzidos nesta DOCG (a mais importante e prestigiosa denominação existente para este estilo de vinho), há importantes regras quanto a quantidade de videiras por hectare e concentração de uvas por videira: sua produção deve incluir tão somente a cepa tinta Aleatico, plantadas exclusivamente na ilha de Elba;


- Nobile di Montepulciano DOCG: com origens que remontam ao século XVI, mais precisamente a aldeia de Montepulciano, localizada no sudeste da Toscana, esta denominação foi alçada a categoria DOC em 1966, e desde 1980, uma DOCG. Para sua produção, deve haver um percentual de 70% de Sangiovese, podendo o restante ser de outras cepas tintas “adequadas” a Toscana;


- Carmignano DOCG: esta denominação, bem como Bolgheri e Bolgheri Sassicaia, permitem a inclusão de um percentual de cepas clássicas francesas: além das tradicionais tintas Sangiovese, Canaiolo tinta e as brancas Malvasia Bianca, Trebbiano e Canaiolo branca, também são permitidas tanto a Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, que inclusive devem fazer parte do corte.




Suas Castas


            A Toscana deve muito de sua fama internacional no mundo vinícola não somente pela utilização das cepas francesas em seus rótulos, em algumas regiões, mas talvez e principalmente à tinta Sangiovese, base de seus Chiantis e Brunellos di Montalcino.

                


Sangiovese.



            Largamente cultivada na Itália, e em quantidades bem menores em países como Argentina, EUA e Austrália, a Sangiovese também é conhecida pelos seguintes nomes: Sangiovese Grosso, Brunello, Uva brunella, Morellino, Prugnolo, Prugnolo Gentile, Sangioveto, Tignolo e Uva Canina. Na região da Toscana podemos identificar o cultivo de 03 variedades: a Piccolo, largamente cultivada; a Grosso, a qual engloba, entre outras, a sub-variedade Brunello; e a Prugnolo Gentile, utilizada na DOCG Nobile di Montepulciano. Gera vinhos de grande elegância, boa acidez, complexidade e incrível versatilidade. O clima e solos da região são perfeitamente adequados ao cultivo da cepa.

            Também são onipresentes na região cepas como a Vermentino, Trebbiano, Canaiolo e Malvasia Bianca (brancas) e Canaiolo (tinta), além da presença já mencionada das cepas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot.




Seus Principais Produtores

            Seguem nomes de alguns dos mais renomados produtores da Toscana:


  • Antinori
  • Avignonesi
  • Baricci
  • Biondi-Santi
  • Carpineto
  • Castell’in Villa
  • Castello Banfi
  • Castello dei Rampolla
  • Castello di Ama
  • Castello di Volpaia
  • Fattoria dei Barbi
  • Fattoria Selvapiana
  • Fèlsina
  • Fonterutoli
  • Il Palagio
  • Isole e Olena
  • Le Chiuse
  • Le Potazzine
  • Le Ragnaie
  • Marchesi de Frescobaldi
  • Monsanto
  • Montenidoli
  • Poggio Argentiera
  • Poggio di Sotto
  • Riecine
  • Rocca Delle Macie
  • Salvioni
  • Siro Pacenti
  • Stefano Amerighi
  • Tenuta di Valgiano
  • Tenuta Dell’Ornellaia
  • Tenuta San Guido
  • Tenuta Sette Ponti
  • Val delle Corti
  • Valdicava




Vinho Degustado: Rocca Delle Macie Moonlite 2013 (Toscana IGT)





                       
            Vinho produzido pela jovem Rocca delle Macie, vinícola fundada em 1973 após aquisição da propriedade pelo cineasta Italo Zingarelli. Zingarelli ficou famoso na época de ouro do cinema italiano (anos 1950 e 1960) como roteirista de grandes classicos. É mais conhecido no Brasil pelos filmes "western-spaghetti" feitos com a dupla Terence Hill + Bud Spencer (Trinity). Rocca delle Macie possui uma área de 200 hectares de vinhedos, além de produzir azeite, distribuídas em propriedades localizadas em Maremma e Chianti. Das propriedades desta última, três eram antigos burgos, adaptados atualmente para a produção de vinhos. O mesoclima do vinhedo o qual dá origem ao rótulo avaliado é tipicamente mediterrâneo e o rótulo é uma pequena constelação branca (assemblage de Chardonnay, Pinot Grigio, Trebbiano d' Abruzzo e Vermentino). Ao vinho:



Análise Visual

Visual límpido, de baixa intensidade, borda incolor, núcleo amarelo palha, tons esverdeados;


Análise Olfativa

Aroma de média intensidade, primário, de amêndoas, cítrico, maçã verde;


Análise Gustativa

Seco, sabor de alta intensidade de maçã verde e amêndoas, corpo médio, álcool médio para baixo, acidez alta. Persistência ótima, final corretíssimo.


Considerações Finais

            Saboroso, vivo, Belo corpo: acompanha bem aves grelhadas, truta e salmão ao molho de alcaparras, frutos do mar, ou solo.


Pontuação: 89 FRP





Vinho Degustado: Balzi Fratti 2014 (Chianti DOCG)





            A vinícola Castellani, produtora existente desde fins do século XIX, quando da criação do empreendimento pelo patriarca Alfred Castellani em Montecalvoli, utiliza de preceitos sustentáveis em todas as etapas de produção de seus vinhos. Em sua história passou por severos obstáculos, como um grave problema de erosão em seu vinhedo original em 1966 e, no Ano Novo de 1982, um incêndio atingiu sua sede; porém, a determinação da família sempre prevaleceu sobre as adversidades. Seus vinhedos mais importantes estão localizados em Santa Lúcia, no Vale do Rio Arno, no centro-norte italiano.

O vinho avaliado enquadra-se nas regras exigidas para que possa ostentar em seu rótulo que trata-se de um DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita), a mais alta denominação existente na Itália. Neste caso, um Chianti (corte das cepas Sangiovese, Canaiolo e Ciliegiolo). Ao vinho:



Análise Visual:

Visual límpido, de média intensidade, borda rubi clara com tons violáceos e núcleo rubi;


Análise Olfativa:

Aromas primários, de alta intensidade, remetendo a fruta vermelha bem madura e um delicioso caramelo;


Análise Gustativa:

Seco, de sabor acentuado, acidez alta e taninos gostosos, corretos, apresentou corpo intenso, e álcool médio para alto. O sabor é frutado, suculento. Persistente.


Considerações Finais:

Volumoso, possante, ainda jovem, enfim, itálico, de boa tipicidade: vai evoluir mais um pouco. Um belo Chianti. Massas ao molho vermelho e carnes vermelhas ao forno são excelente acompanhamento.


Pontuação: 90 FRP





Fontes:

Quattro Calici:
http://www.quattrocalici.it/

Wikipedia:

Revista Adega: