sexta-feira, 1 de julho de 2016

Valle de Colchagua






Sede da vinícola Viu Manent.



            O mundo do vinho possui diversos tipos de divisões, e uma das mais comumente consideradas é a separação entre os países produtores: países do “Velho Mundo” (Europa) e do “Novo Mundo”. Este inclui diversas “estrelas emergentes” e outros países já consolidados no cenário mundial vinícola, tais como Estados Unidos, Austrália e Chile.


            Este último têm recebido, nas últimas décadas, a atenção e investimentos de diversos grupos e produtores europeus, interessados no terroir “protegido” do país (barreiras naturais, como o Oceano Pacífico, os Andes, a Patagônia e o Atacama impediram que a filoxera chegasse ao país, por exemplo). As possibilidades são ilimitadas, para o deleite dos enólogos que ali se fixaram. O resultado: vinhos premiados e reconhecidos mundialmente, obtendo elevadas notas entre os grandes críticos. Um dos reflexos deste sucesso obtido foi o surgimento de vinhos de elaborados assemblages, os quais ficaram conhecidos como vinhos “superchilenos”, vinhos cultuados, de sofisticada produção e elevado preço. E um dos principais (talvez o principal) pólo produtor é o Valle de Colchagua.




Sua História


            A palavra Colchagua deriva do idioma dos mapuches (povo indígena habitante do centro-sul chileno) e significa “lugar onde nidificam a huala”. A huala é um tipo de ave, parente dos mergulhões, comum naquela região e sagrada para este povo, que originalmente habitava o vale.


           Os mapuches que ali viviam foram dominados pelos incas por volta do século XV, onde foi estabelecido o limite sul de seu império. A região transformara-se em pólo agricultural, e sofisticados sistemas de irrigação foram implantados para o seu desenvolvimento. Este domínio, porém, teve curta duração, uma vez que logo os colonizadores espanhóis chegariam a região, submetendo os incas.



Mapuches submetidos aos colonizadores espanhóis.


Uma vez estabelecidos na região, aqueles implantaram o sistema de encomiendas, no qual uma pessoa seria a responsável pelo recolhimento de tributos junto à população local. Para esta função, foi designada a “Doña” Inés de Suárez (companheira de Pedro de Valdivia, “descobridor” do Chile, que trouxe consigo a Ordem Católica dos Missionários Jesuítas, a fim de catequizar os nativos.



Doña Inés de Suárez,”encomendera” da região.



Com os jesuítas, vieram as primeiras vinhas, da cepa país, para produção do vinho da celebração das missas. Até hoje, a cepa país é cultivada no Chile. Logo estabeleceriam-se latifundiários e pecuaristas na região, que tornariam-se base da economia local e nacional até o momento.



Cepa País.


            No entanto, logo seriam descobertas grandes jazidas de diversos minérios no país, com destaque para o cobre, e este tornar-se-ia a base da economia chilena. Com o seu auge no século XIX, as famílias detentoras dos direitos de mineração investem na vitivinicultura, trazendo da Europa as ditas cepas “finas”, como Cabernet Sauvignon, Merlot, Carmenère e Malbec, as quais eram consideradas de melhor qualidade em relação às espanholas. A boa adaptação destas cepas ao terroir da região logo permitiria o início das exportações e progressiva consolidação tanto dela quanto do país no cenário vitivinícola.

            Uma vez que o país não foi devastado pela praga da filoxera, que assolou o mundo na segunda metade do século XIX, é possível encontrar em Colchagua videiras centenárias: dada a sua idade, tais plantas dão origem a vinhos muito profundos, que permitem ao Chile se posicionar de forma destacada no mercado mundial até os dias de hoje e a produção dos ícones “superchilenos”, já citados. Uma prova disso é o recebimento, pelo Valle de Colchagua, do título de “Melhor Região Vitivinícola do Mundo” em 2005, primeira região da América do Sul a receber tal honraria.


           

Sua Localização






Localização do Valle de Colchagua (à direita) e localização de suas principais vinícolas (à esquerda).




            O Valle de Colchagua localiza-se no centro do Chile, a cerca de 130 km ao sul de Santiago. Encontra-se delimitado ao norte pelo Valle de Cachapoal (juntos, contemplam o chamado Valle de Rapel), a oeste pelo Oceano Pacífico, ao sul pelo Valle de Curicó e Valle do Maule e a leste pelos Andes. Estende-se por 120 km no sentido Leste-Oeste, e é cortado pelo Rio Tinguiririca. Suas principais cidades são Santa Cruz e San Fernando.


            É também cortado pela “Ruta del Viño”, roteiro turístico que cobre diversas regiões vitivinícolas do Chile.





Seu Clima e Solo



            O clima predominante na região é do tipo mediterrâneo, temperado, com grande estabilidade em sua temperatura, que varia entre 12ºC e 28ºC no verão (quente e seco) e 4ºC e 12ºC no inverno (frio e úmido). Assim, as safras apresentam boa regularidade na sua qualidade que, somado à quase ausência de chuvas, permite o amadurecimento adequado dos frutos. Também exercem importante influência o Oceano Pacífico e a Corrente de Humboldt.



      Em relação ao solo, é correto afirmar que o mesmo varia conforme o relevo: nas regiões planas, predomina o solo argiloso e de aluvião. No sopé da montanha, também predomina a argila, misturada com os materiais trazidos pelos Andes. Por fim, nos “cerros”, o solo é essencialmente granítico, de grande inclinação, média profundidade e ótima drenagem.



            Cabe lembrar que, devido à proximidade dos Andes, sua água pura irriga de forma satisfatória os solos do vale, contribuindo significativamente na qualidade das uvas geradas.





Suas Sub-Regiões





Vinhedos da Casa Lapostolle, uma das principais vinícolas do Valle de Apalta, o mais renomado “terroir” do Valle de Colchagua.




O Valle de Colchagua é uma DO (Denominación de Origen) chilena, dividida em sub-regiões, nem todas produtoras de vinhos. Não há legislação específica para estas; segue listagem das sub-regiões abaixo:



-           Pichilemu;

-           Paredones;

-           Pumanque;

-           Marchilue;

-           Lolol (produz vinhos);

-           Santa Cruz (produz vinhos);

-           Peralillo (produz vinhos);

-           Chépica (produz vinhos);

-           Nancagua;

-           Placilla;

-           Chimbarongo (produz vinhos);

-           Palmilla (produz vinhos);

-           San Fernando (produz vinhos);




O afamado Valle de Apalta, origem de portentosos vinhos “superchilenos”, localiza-se na sub-região de Santa Cruz.




Suas Castas


                 Ao invocarmos as palavras “Chile” e “vinho”, há uma natural associação com a cepa tinta Carmenère, em especial no Brasil. Embora redescoberta nos anos 1990 no país, e até então confundida com a Merlot, a Carmenère não é necessariamente a cepa de maior sucesso e adaptação ao território chileno. Este título cabe à também tinta Cabernet Sauvignon.






Cabernet Sauvignon.




            Cepa tinta amplamente cultivada em todo o planeta, a Cabernet Sauvignon têm sua origem em Bordeaux, França, onde dá origem a alguns dos grandes vinhos do mundo. Também encontrou sucesso na Toscana (Itália), no sul da Austrália, Estados Unidos e no Chile, onde é a base para poderosos vinhos de guarda, cultuados no mundo inteiro. De amadurecimento tardio e bom rendimento, prefere climas temperados e com influências oceânicas, caso do Valle de Colchagua.


            A Carmenère é uma cepa de origem francesa, cultivada também na região de Bordeaux e no sudoeste francês antes da praga da filoxera assolar seus vinhedos no século XIX. Acreditava-se estar extinta: porém, nos anos 1990, foi identificada no Chile, porém não mais cultivada na França. De caráter mais robusto em relação à Merlot (cepa a qual era então confundida no país), possui predileção também por climas temperados, como a Cabernet Sauvignon. No Chile também costuma ser a base de grandes vinhos, em corte normalmente minoritário em relação à Cabernet Sauvignon.





Carmenère.



            Também são cultivadas com sucesso no Valle de Colchagua as cepas tintas Syrah e Merlot, bem como um interesse crescente no cultivo de cepas brancas como Chardonnay e Sauvignon Blanc.




Seus Principais Produtores


            Seguem nomes dos principais produtores do Valle de Colchagua:


  • Bisquertt
  • Montes
  • Casa Silva
  • Neyen
  • Koyle
  • Santa Cruz
  • Lapostolle
  • Los Vascos
  • Siegel
  • Luis Felipe Edwards
  • Ventisquero
  • Montgras
  • Viu Manent




Vinhos Degustados


            O Blog O Mundo e o Vinho teve a oportunidade de recentemente visitar o Valle de Colchagua e constatar a elevada qualidade dos vinhos ali produzidos. Seguem os vinhos degustados, a maioria in loco nas vinícolas:





Vinho Degustado: Montes Reserva Malbec 2014 (Valle de Colchagua)





A Viña Montes originou-se de um sonho de Aurelio Montes e Douglas Murray, profissionais do mundo vinícola que desejavam produzir rótulos de altíssima qualidade. Fundaram a vinícola no Valle de Apalta no ano de 1987 com o nome de Discover Wine, e no ano seguinte, uniram-se Alfredo Vidaurre e Pedro Grand ao empreendimento. Seu primeiro vinho foi o Montes Alpha Cabernet Sauvignon, já exportado em seu primeiro ano, obtendo reconhecimento quase instantâneo. Trata-se de uma vinícola marcada pelo pioneirismo: foi a primeira a plantar em encostas no Valle de Apalta, e a primeira a plantar a cepa tinta Syrah nesta região. Em 1996, lançam o primeiro vinho “superchileno”, o Montes Alpha “M”; seguem-se o Folly, varietal de Syrah de produção muito limitada, e o Purple Angel, primeiro vinho “superchileno” varietal da cepa Carmenère. Ao vinho:


Análise Visual

Visual límpido, de alta intensidade, borda rubi, núcleo rubi escuro;


Análise Olfativa

Aroma de média para alta intensidade, secundário, apresentando baunilha, tostado, chocolate amargo e mentolado;


Análise Gustativa

Seco, acidez de média para baixa, taninos médios, elegantes; sabor com intensidade média para alta, contemplando frutas maduras, chocolate e defumado. Corpo equilibrado, álcool idem, persistência média para alta.


Considerações Finais

           Gostoso, com alguma jovialidade ainda, cheio na boca. Bom acompanhamento para churrasco, aves assadas e pernil de porco.


Pontuação: 91 FRP






Vinho Degustado: Viu Manent Gran Reserva Chardonnay 2015





A Viu Manent é uma vinícola formada em 1935, propriedade da família Viu. Oriundos da Catalunha, Miguel Viu e seus filhos Agustín e Miguel fundam a vinícola em Santiago, inicialmente dedicando-se ao comércio e engarrafamento de vinhos para o mercado local (os vinhos eram vendidos como “Vinos Viu”). Em 1966, adquiriram a Fazenda San Carlos de Cunaco, em Colchagua, realizando o antigo sonho de produzir seus próprios vinhos. Tratava-se de um tradicional vinhedo, de 150 hectares contendo videiras pré-filoxera. Atualmente a Viu Manent possui vinhedos também em Mendoza, Argentina. Ao vinho:


Análise Visual:

Límpido e de baixa intensidade, apresentou-se incolor em sua borda e um amarelo palha em seu núcleo;


Análise Olfativa:

Aromas primários e de média intensidade, contendo toques florais e intenso abacaxi e maracujá;


Análise Gustativa:

Seco, de alta acidez, apresenta média intensidade em seu sabor, que remete a abacaxi. Médio corpo, álcool leve, persistência média para alta.


Considerações Finais:

            Jovial, bem feito, saboroso, pronto para beber. Frutos do mar, peixes e risotos de sabor leve são bom acompanhamento.


Pontuação: 90 FRP






Vinho Degustado: Viu Manent Reserva Carmenère 2015




Análise Visual:

Límpido e de média intensidade, apresentou cor rubi-clara em sua borda e um belo rubi em seu núcleo;


Análise Olfativa:

Aromas de ótima qualidade, de intensidade média para alta, primários, contendo cereja negra e especiarias;


Análise Gustativa:

            Seco, apresentou alta acidez dada a sua idade, taninos médios, finos; sabor com intensidade média para alta, remetendo a frutas negras e especiarias. Corpo de médio para alto, álcool equilibrado e muito persistente.


Considerações Finais:

            Novo, suculento, ainda com longa evolução a percorrer. Aves assadas e pernil de porco são sugestões de acompanhamento.    


Pontuação: 90 FRP






Vinho Degustado: Viu Manent Gran Reserva Malbec 2014



Análise Visual:

Límpido e de média para alta intensidade em sua coloração, apresentou cor rubi-clara em sua borda e rubi escuro em seu núcleo;


Análise Olfativa:

Aromas de boa qualidade, de intensidade média, secundários, contemplando tostado, fruta negra e toques amanteigados;


Análise Gustativa:

        Seco, contém média acidez e taninos destacados, porém deliciosos. Sabor de média intensidade, contendo tostado e baunilha, bem como fruta negra; corpo médio para alto em intensidade, alcoólico e de grande persistência.


Considerações Finais:

      Em franca evolução, com elegância e boa estrutura: boa tipicidade quanto à cepa. Carré de cordeiro, risoto de molhos condimentados e churrasco são boas companhias para este belo e fino Malbec.


Pontuação: 92 FRP






Vinho Degustado: Secreto de Viu Manent Cabernet Sauvignon 2015




Análise Visual:

Límpido e de média intensidade, apresentou cor rubi-clara em sua borda e um rubi no núcleo;


Análise Olfativa:

Aromas de ótima qualidade, de intensidade média, primários, contendo muita fruta madura;


Análise Gustativa:

            Seco, apresentou média acidez e taninos macios, leves. Intensidade de sabor média, contendo muita fruta negra madura. Corpo médio, baixo em álcool, é bem persistente na boca.


Considerações Finais:

           Novo e frutado, gostoso: muito a evoluir. Aves grelhadas, costela de porco e cordeiro assado são sugestões de acompanhamento.           


Pontuação: 91 FRP






Vinho Degustado: Viu Manent Single Vineyard “El Olivar Alto” Syrah 2013




Análise Visual:

Límpido e de intensidade média, apresentou cor rubi-clara em sua borda e núcleo rubi;


Análise Olfativa:

      Aromas de excelente qualidade, de alta intensidade e natureza secundária, contendo condimentos, especiarias, baunilha e muita fruta negra madura;


Análise Gustativa:

            Seco, apresentou acidez média e taninos intensos, sem serem agressivos; ótima intensidade no sabor, que traz muito condimento e especiarias à boca. Encorpado e de álcool equilibrado, muito persistente.


Considerações Finais:

            Poderoso, muita tipicidade quanto à cepa, picante: ainda pode evoluir por mais 4 ou 5 anos. Ensopados, carnes assadas ao forno e massas com molho condimentado são sugestões para harmonização.


Pontuação: 94 FRP








Vinho Degustado: Lapostolle Casa Grand Selection Sauvignon Blanc 2015





            A Lapostolle é uma vinícola jovem: nasceu em 1994, fundada pelos franceses Alexandra Marnier Lapostolle e seu marido, Cyril de Bournet. A família Marnier-Lapostolle detém a produção do afamado licor Grand Marnier, e já produzia vinhos em território francês. No entanto, buscavam um terroir “puro”, livre de pragas e onde pudessem desenvolver vinhos de qualidade excepcional. Encontraram no Chile os terroirs almejados, em especial no Valle de Apalta, berço de seus dois grandes ícones: o inusitado Borobo, corte das cepas tintas bordalesas, Carmenère, Syrah e Pinot Noir (seu nome é uma corruptela das iniciais das regiões de maior prestígio das cepas – BOrdeaux + Rhône, ou RÓdano em português/espanhol + BOrgonha) e o premiado Clos Apalta, vinho cuja safra 2005 foi eleita, em 2008 pela prestigiosa Wine Spectator, o melhor vinho do mundo, projetando definitivamente o Valle de Colchagua no mapa vinícola mundial. Atualmente a vinícola é administrada pelo filho de Cyril e Alexandra, Charles Lapostolle. Ao vinho:


Análise Visual:

Límpido e de intensidade baixa, apresentou borda incolor e núcleo amarelo palha;


Análise Olfativa:

          Aromas apresentando média intensidade, primários, contendo abacaxi e maracujá em profusão; leve herbáceo;
           

Análise Gustativa:

         Seco e de acidez equilibrada, sabor intenso de abacaxi, maracujá e muito herbal. Corpo médio para baixo, álcool idem; persistência média.


Considerações Finais:

         Com certa elegância para um Sauvignon Blanc, de boa tipicidade de cepa e região: pronto para beber. Ostras, petiscos a base de carne branca e salada caprese são sugestões de harmonização.


Pontuação: 90 FRP







Vinho Degustado: Lapostolle Cuvée Alexandre Merlot 2013 




Análise Visual:

Límpido e de intensidade média em sua coloração, apresentou borda rubi clara e núcleo rubi;


Análise Olfativa:

           Aromas apresentando média intensidade, secundários, com boa baunilha, tostado e fruta negra madura;


Análise Gustativa:

            Seco, possui acidez média para baixa e taninos destacados; sabor de intensidade média para alta, defumado, com fruta compotada e café. Elegante no corpo e no álcool, de ótima persistência.


Considerações Finais:

            Típico quanto à cepa, bordalês, fino: pode ser bebido agora ou guardar por cerca de 3 anos. Cordeiro assado, javali, risoto milanês são sugestões de harmonização.     


Pontuação: 92 FRP







Vinho Degustado: Lapostolle Clos Apalta 2011 (Carmenère, Cabernet Sauvignon e Merlot)






Análise Visual:

Límpido e de intensidade alta, apresenta borda rubi e nucleo rubi escuro;


Análise Olfativa:

            Aromas de média a alta intensidade, de caráter terciário, contemplando couro, resina, especiarias, tostado e alguma fruta negra;
      

Análise Gustativa:

            Seco e de acidez média para baixa, taninos austeros e elegantes, seu sabor é de alta intensidade, remetendo a fruta negra madura ainda com algum frescor e um toque defumado e de especiarias. Encorpado e de álcool de intensidade média para alta, muito persistente na boca.


Considerações Finais:

            Poderoso, elegante, complexo aromaticamente e de excepcional evolução: pode ser bebido ou guardado por até 5 anos. Javali assado, cordeiro e aves de carne mais encorpada são sugestões de harmonização.


Pontuação: 96 FRP







Fontes:

Ruta del Vino:
http://www.rutadelvino.cl/valle-de-colchagua/

Clube dos Vinhos: Um Passeio pelo Vale do Colchagua:

Colchagua Valley:
http://www.colchaguavalley.cl/vinas-de-colchagua/

Wikipedia:
http://pt.wikipedia.org

Lapostolle:
http://www.lapostolle.com

Viu Manent:
http://www.viumanent.cl

Montes Wines:
http://www.montesvines.com