Sede da vinícola Viu
Manent.
O
mundo do vinho possui diversos tipos de divisões, e uma das mais comumente
consideradas é a separação entre os países produtores: países do “Velho Mundo”
(Europa) e do “Novo Mundo”. Este inclui diversas “estrelas emergentes” e outros
países já consolidados no cenário mundial vinícola, tais como Estados Unidos,
Austrália e Chile.
Este
último têm recebido, nas últimas décadas, a atenção e investimentos de diversos
grupos e produtores europeus, interessados no terroir “protegido” do país (barreiras naturais, como o Oceano
Pacífico, os Andes, a Patagônia e o Atacama impediram que a filoxera chegasse
ao país, por exemplo). As possibilidades são ilimitadas, para o deleite dos
enólogos que ali se fixaram. O resultado: vinhos premiados e reconhecidos
mundialmente, obtendo elevadas notas entre os grandes críticos. Um dos reflexos
deste sucesso obtido foi o surgimento de vinhos de elaborados assemblages, os quais ficaram conhecidos
como vinhos “superchilenos”, vinhos cultuados, de sofisticada produção e
elevado preço. E um dos principais (talvez o principal) pólo produtor é o Valle
de Colchagua.
Sua História
A palavra Colchagua deriva do idioma
dos mapuches (povo indígena habitante do centro-sul chileno) e significa “lugar
onde nidificam a huala”. A huala é um tipo de ave, parente dos mergulhões,
comum naquela região e sagrada para este povo, que originalmente habitava o
vale.
Os mapuches que ali viviam foram
dominados pelos incas por volta do século XV, onde foi estabelecido o limite
sul de seu império. A região transformara-se em pólo agricultural, e
sofisticados sistemas de irrigação foram implantados para o seu
desenvolvimento. Este domínio, porém, teve curta duração, uma vez que logo os
colonizadores espanhóis chegariam a região, submetendo os incas.
Mapuches submetidos aos colonizadores espanhóis.
Uma vez estabelecidos na região, aqueles implantaram o
sistema de encomiendas, no qual uma
pessoa seria a responsável pelo recolhimento de tributos junto à população
local. Para esta função, foi designada a “Doña” Inés de Suárez (companheira de
Pedro de Valdivia, “descobridor” do Chile, que trouxe consigo a Ordem Católica
dos Missionários Jesuítas, a fim de catequizar os nativos.
Doña Inés de Suárez,”encomendera” da
região.
Com os jesuítas, vieram as primeiras vinhas, da cepa país, para produção do vinho da
celebração das missas. Até hoje, a cepa país é cultivada no Chile. Logo estabeleceriam-se
latifundiários e pecuaristas na região, que tornariam-se base da economia local
e nacional até o momento.
No entanto, logo seriam descobertas
grandes jazidas de diversos minérios no país, com destaque para o cobre, e este
tornar-se-ia a base da economia chilena. Com o seu auge no século XIX, as
famílias detentoras dos direitos de mineração investem na vitivinicultura,
trazendo da Europa as ditas cepas “finas”, como Cabernet Sauvignon, Merlot,
Carmenère e Malbec, as quais eram consideradas de melhor qualidade em relação
às espanholas. A boa adaptação destas cepas ao terroir da região logo permitiria o início das exportações e
progressiva consolidação tanto dela quanto do país no cenário vitivinícola.
Uma vez que o país não foi devastado
pela praga da filoxera, que assolou o mundo na segunda metade do século XIX, é
possível encontrar em Colchagua videiras centenárias: dada a sua idade, tais
plantas dão origem a vinhos muito profundos, que permitem ao Chile se
posicionar de forma destacada no mercado mundial até os dias de hoje e a
produção dos ícones “superchilenos”, já citados. Uma prova disso é o
recebimento, pelo Valle de Colchagua, do título de “Melhor Região Vitivinícola
do Mundo” em 2005, primeira região da América do Sul a receber tal honraria.
Sua Localização
Localização do Valle
de Colchagua (à direita) e localização de suas principais vinícolas (à
esquerda).
O Valle de
Colchagua localiza-se no centro do Chile, a cerca de 130 km ao sul de Santiago.
Encontra-se delimitado ao norte pelo Valle de Cachapoal (juntos, contemplam o
chamado Valle de Rapel), a oeste pelo Oceano Pacífico, ao sul pelo Valle de
Curicó e Valle do Maule e a leste pelos Andes. Estende-se por 120 km no sentido
Leste-Oeste, e é cortado pelo Rio Tinguiririca. Suas principais cidades são
Santa Cruz e San Fernando.
É também
cortado pela “Ruta del Viño”, roteiro turístico que cobre diversas regiões
vitivinícolas do Chile.
Seu Clima e Solo
O clima
predominante na região é do tipo mediterrâneo, temperado, com grande
estabilidade em sua temperatura, que varia entre 12ºC e 28ºC no verão (quente e
seco) e 4ºC e 12ºC no inverno (frio e úmido). Assim, as safras apresentam boa
regularidade na sua qualidade que, somado à quase ausência de chuvas, permite o
amadurecimento adequado dos frutos. Também exercem importante influência o
Oceano Pacífico e a Corrente de Humboldt.
Em relação
ao solo, é correto afirmar que o mesmo varia conforme o relevo: nas regiões
planas, predomina o solo argiloso e de aluvião. No sopé da montanha, também
predomina a argila, misturada com os materiais trazidos pelos Andes. Por fim,
nos “cerros”, o solo é essencialmente granítico, de grande inclinação, média
profundidade e ótima drenagem.
Cabe
lembrar que, devido à proximidade dos Andes, sua água pura irriga de forma
satisfatória os solos do vale, contribuindo significativamente na qualidade das
uvas geradas.
Suas Sub-Regiões
Vinhedos da Casa
Lapostolle, uma das principais vinícolas do Valle de Apalta, o mais renomado “terroir”
do Valle de Colchagua.
O Valle de Colchagua é uma DO
(Denominación de Origen) chilena, dividida em sub-regiões, nem todas produtoras
de vinhos. Não há legislação específica para estas; segue listagem das
sub-regiões abaixo:
- Pichilemu;
- Paredones;
- Pumanque;
- Marchilue;
- Lolol
(produz vinhos);
- Santa
Cruz (produz vinhos);
- Peralillo
(produz vinhos);
- Chépica
(produz vinhos);
- Nancagua;
- Placilla;
- Chimbarongo
(produz vinhos);
- Palmilla
(produz vinhos);
- San
Fernando (produz vinhos);
O afamado Valle de Apalta, origem de
portentosos vinhos “superchilenos”, localiza-se na sub-região de Santa Cruz.
Suas Castas
Ao
invocarmos as palavras “Chile” e “vinho”, há uma natural associação com a cepa
tinta Carmenère, em especial no Brasil. Embora redescoberta nos anos 1990 no
país, e até então confundida com a Merlot, a Carmenère não é necessariamente a
cepa de maior sucesso e adaptação ao território chileno. Este título cabe à
também tinta Cabernet Sauvignon.
Cepa tinta
amplamente cultivada em todo o planeta, a Cabernet Sauvignon têm sua origem em
Bordeaux, França, onde dá origem a alguns dos grandes vinhos do mundo. Também
encontrou sucesso na Toscana (Itália), no sul da Austrália, Estados Unidos e no
Chile, onde é a base para poderosos vinhos de guarda, cultuados no mundo
inteiro. De amadurecimento tardio e bom rendimento, prefere climas temperados e
com influências oceânicas, caso do Valle de Colchagua.
A Carmenère
é uma cepa de origem francesa, cultivada também na região de Bordeaux e no
sudoeste francês antes da praga da filoxera assolar seus vinhedos no século
XIX. Acreditava-se estar extinta: porém, nos anos 1990, foi identificada no
Chile, porém não mais cultivada na França. De caráter mais robusto em relação à
Merlot (cepa a qual era então confundida no país), possui predileção também por
climas temperados, como a Cabernet Sauvignon. No Chile também costuma ser a
base de grandes vinhos, em corte normalmente minoritário em relação à Cabernet
Sauvignon.
Carmenère.
Também são
cultivadas com sucesso no Valle de Colchagua as cepas tintas Syrah e Merlot,
bem como um interesse crescente no cultivo de cepas brancas como Chardonnay e
Sauvignon Blanc.
Seus Principais Produtores
Seguem
nomes dos principais produtores do Valle de Colchagua:
- Bisquertt
- Montes
- Casa Silva
- Neyen
- Koyle
- Santa Cruz
- Lapostolle
- Los Vascos
- Siegel
- Luis Felipe Edwards
- Ventisquero
- Montgras
- Viu Manent
Vinhos
Degustados
O Blog O Mundo e o Vinho teve a
oportunidade de recentemente visitar o Valle de Colchagua e constatar a elevada
qualidade dos vinhos ali produzidos. Seguem os vinhos degustados, a maioria in loco nas vinícolas:
Vinho Degustado: Montes Reserva Malbec
2014 (Valle de Colchagua)
A Viña Montes originou-se de um
sonho de Aurelio Montes e Douglas Murray, profissionais do mundo vinícola que
desejavam produzir rótulos de altíssima qualidade. Fundaram a vinícola no Valle
de Apalta no ano de 1987 com o nome de Discover Wine, e no ano seguinte,
uniram-se Alfredo Vidaurre e Pedro Grand ao empreendimento. Seu primeiro vinho
foi o Montes Alpha Cabernet Sauvignon, já exportado em seu primeiro ano,
obtendo reconhecimento quase instantâneo. Trata-se de uma vinícola marcada pelo
pioneirismo: foi a primeira a plantar em encostas no Valle de Apalta, e a
primeira a plantar a cepa tinta Syrah nesta região. Em 1996, lançam o primeiro
vinho “superchileno”, o Montes Alpha “M”; seguem-se o Folly, varietal de Syrah
de produção muito limitada, e o Purple Angel, primeiro vinho “superchileno”
varietal da cepa Carmenère. Ao vinho:
Análise Visual
Visual límpido, de alta intensidade,
borda rubi, núcleo rubi escuro;
Análise Olfativa
Aroma de média para alta intensidade, secundário, apresentando baunilha, tostado, chocolate amargo e mentolado;
Análise Gustativa
Seco, acidez de média para baixa,
taninos médios, elegantes; sabor com intensidade média para alta, contemplando
frutas maduras, chocolate e defumado. Corpo equilibrado, álcool idem,
persistência média para alta.
Considerações Finais
Gostoso,
com alguma jovialidade ainda, cheio na boca. Bom acompanhamento para churrasco,
aves assadas e pernil de porco.
Pontuação: 91 FRP
Vinho Degustado: Viu Manent Gran
Reserva Chardonnay 2015
A Viu Manent é uma vinícola formada em 1935, propriedade da
família Viu. Oriundos da Catalunha, Miguel Viu e seus filhos Agustín e Miguel
fundam a vinícola em Santiago, inicialmente dedicando-se ao comércio e
engarrafamento de vinhos para o mercado local (os vinhos eram vendidos como
“Vinos Viu”). Em 1966, adquiriram a Fazenda San Carlos de Cunaco, em Colchagua,
realizando o antigo sonho de produzir seus próprios vinhos. Tratava-se de um
tradicional vinhedo, de 150
hectares contendo videiras pré-filoxera. Atualmente a
Viu Manent possui vinhedos também em Mendoza, Argentina. Ao vinho:
Análise Visual:
Límpido e de baixa intensidade,
apresentou-se incolor em sua borda e um amarelo palha em seu núcleo;
Análise Olfativa:
Aromas primários e de média
intensidade, contendo toques florais e intenso abacaxi e maracujá;
Análise Gustativa:
Seco, de alta acidez, apresenta
média intensidade em seu sabor, que remete a abacaxi. Médio corpo, álcool leve,
persistência média para alta.
Considerações Finais:
Jovial, bem
feito, saboroso, pronto para beber. Frutos do mar, peixes e risotos de sabor
leve são bom acompanhamento.
Pontuação: 90 FRP
Vinho Degustado: Viu Manent Reserva
Carmenère 2015
Análise Visual:
Límpido e de média intensidade,
apresentou cor rubi-clara em sua borda e um belo rubi em seu núcleo;
Análise Olfativa:
Aromas de ótima qualidade, de
intensidade média para alta, primários, contendo cereja negra e especiarias;
Análise Gustativa:
Seco,
apresentou alta acidez dada a sua idade, taninos médios, finos; sabor com
intensidade média para alta, remetendo a frutas negras e especiarias. Corpo de
médio para alto, álcool equilibrado e muito persistente.
Considerações Finais:
Novo,
suculento, ainda com longa evolução a percorrer. Aves assadas e pernil de porco
são sugestões de acompanhamento.
Pontuação: 90 FRP
Vinho Degustado: Viu Manent Gran
Reserva Malbec 2014
Análise Visual:
Límpido e de média para alta
intensidade em sua coloração, apresentou cor rubi-clara em sua borda e rubi
escuro em seu núcleo;
Análise Olfativa:
Aromas de boa qualidade, de intensidade
média, secundários, contemplando tostado, fruta negra e toques amanteigados;
Análise Gustativa:
Seco,
contém média acidez e taninos destacados, porém deliciosos. Sabor de média
intensidade, contendo tostado e baunilha, bem como fruta negra; corpo médio
para alto em intensidade, alcoólico e de grande persistência.
Considerações Finais:
Em franca
evolução, com elegância e boa estrutura: boa tipicidade quanto à cepa. Carré de
cordeiro, risoto de molhos condimentados e churrasco são boas companhias para
este belo e fino Malbec.
Pontuação: 92 FRP
Vinho Degustado: Secreto de Viu Manent
Cabernet Sauvignon 2015
Análise Visual:
Límpido e de média intensidade,
apresentou cor rubi-clara em sua borda e um rubi no núcleo;
Análise Olfativa:
Aromas de ótima qualidade, de
intensidade média, primários, contendo muita fruta madura;
Análise Gustativa:
Seco,
apresentou média acidez e taninos macios, leves. Intensidade de sabor média,
contendo muita fruta negra madura. Corpo médio, baixo em álcool, é bem
persistente na boca.
Considerações Finais:
Novo e
frutado, gostoso: muito a evoluir. Aves grelhadas, costela de porco e cordeiro
assado são sugestões de acompanhamento.
Vinho Degustado: Viu Manent Single
Vineyard “El Olivar Alto” Syrah 2013
Análise Visual:
Límpido e de intensidade média,
apresentou cor rubi-clara em sua borda e núcleo rubi;
Análise Olfativa:
Aromas de
excelente qualidade, de alta intensidade e natureza secundária, contendo condimentos,
especiarias, baunilha e muita fruta negra madura;
Análise Gustativa:
Seco,
apresentou acidez média e taninos intensos, sem serem agressivos; ótima
intensidade no sabor, que traz muito condimento e especiarias à boca. Encorpado
e de álcool equilibrado, muito persistente.
Considerações Finais:
Poderoso,
muita tipicidade quanto à cepa, picante: ainda pode evoluir por mais 4 ou 5
anos. Ensopados, carnes assadas ao forno e massas com molho condimentado são
sugestões para harmonização.
Pontuação: 94 FRP
A
Lapostolle é uma vinícola jovem: nasceu em 1994, fundada pelos franceses
Alexandra Marnier Lapostolle e seu marido, Cyril de Bournet. A família
Marnier-Lapostolle detém a produção do afamado licor Grand Marnier, e já
produzia vinhos em território francês. No entanto, buscavam um terroir “puro”,
livre de pragas e onde pudessem desenvolver vinhos de qualidade excepcional.
Encontraram no Chile os terroirs almejados,
em especial no Valle de Apalta, berço de seus dois grandes ícones: o inusitado
Borobo, corte das cepas tintas bordalesas, Carmenère, Syrah e Pinot Noir (seu
nome é uma corruptela das iniciais das regiões de maior prestígio das cepas – BOrdeaux
+ Rhône, ou RÓdano em português/espanhol + BOrgonha) e o premiado Clos Apalta,
vinho cuja safra 2005 foi eleita, em 2008 pela prestigiosa Wine Spectator, o
melhor vinho do mundo, projetando definitivamente o Valle de Colchagua no mapa
vinícola mundial. Atualmente a vinícola é administrada pelo filho de Cyril e
Alexandra, Charles Lapostolle. Ao vinho:
Análise Visual:
Límpido e de intensidade baixa,
apresentou borda incolor e núcleo amarelo palha;
Análise Olfativa:
Aromas
apresentando média intensidade, primários, contendo abacaxi e maracujá em
profusão; leve herbáceo;
Análise Gustativa:
Seco e de acidez equilibrada, sabor intenso de abacaxi, maracujá e muito herbal. Corpo médio para baixo, álcool idem; persistência média.
Considerações Finais:
Com certa
elegância para um Sauvignon Blanc, de boa tipicidade de cepa e região: pronto
para beber. Ostras, petiscos a base de carne branca e salada caprese são
sugestões de harmonização.
Pontuação: 90 FRP
Análise Visual:
Límpido e de intensidade média em
sua coloração, apresentou borda rubi clara e núcleo rubi;
Análise Olfativa:
Aromas
apresentando média intensidade, secundários, com boa baunilha, tostado e fruta
negra madura;
Análise Gustativa:
Seco, possui acidez média para baixa e taninos destacados; sabor de intensidade média para alta, defumado, com fruta compotada e café. Elegante no corpo e no álcool, de ótima persistência.
Considerações Finais:
Típico
quanto à cepa, bordalês, fino: pode ser bebido agora ou guardar por cerca de 3
anos. Cordeiro assado, javali, risoto milanês são sugestões de harmonização.
Pontuação: 92 FRP
Análise Visual:
Límpido e de intensidade alta,
apresenta borda rubi e nucleo rubi escuro;
Análise Olfativa:
Aromas de média a alta intensidade, de caráter terciário, contemplando couro, resina, especiarias, tostado e alguma fruta negra;
Análise Gustativa:
Seco e de acidez média para baixa, taninos austeros e elegantes, seu sabor é de alta intensidade, remetendo a fruta negra madura ainda com algum frescor e um toque defumado e de especiarias. Encorpado e de álcool de intensidade média para alta, muito persistente na boca.
Considerações Finais:
Poderoso,
elegante, complexo aromaticamente e de excepcional evolução: pode ser bebido ou
guardado por até 5 anos. Javali assado, cordeiro e aves de carne mais encorpada
são sugestões de harmonização.
Pontuação: 96 FRP
Fontes:
Ruta del Vino:
http://www.rutadelvino.cl/valle-de-colchagua/
Clube dos Vinhos: Um Passeio pelo Vale do Colchagua:
Colchagua Valley:
http://www.colchaguavalley.cl/vinas-de-colchagua/
Wikipedia:
http://pt.wikipedia.orgLapostolle:
http://www.lapostolle.com
Viu Manent:
http://www.viumanent.cl
Montes Wines:
http://www.montesvines.com