Castello Banfi,típico
“hotel-vinícola” da Toscana.
A
palavra “vinho” costuma evocar sensações, momentos, pré-conceitos e lugares.
Sensações geralmente
festivas; momentos de alegria ou romantismo, pré-conceitos como os seus
benefícios à saúde e ao suposto retardamento do envelhecimento. E lugares.
Provavelmente, lembraremos do sul do nosso país, reconhecido produtor de
rótulos de crescente qualidade, inclusive a nível internacional; de Portugal,
com seus afamados tintos, vinhos verdes e fortificados; dos nossos vizinhos
sul-americanos, tão comuns nas gôndolas de supermercados (e não por isso
desprezíveis, pelo contrário); da “toda-poderosa” França, o país a ser batido;
e também da “Bota”, a querida Itália.
A imagem da
mesa de almoço farta, com a família ruidosa reunida é um estereótipo bastante
arraigado em nossas mentes. Assim como o vinho tinto servido à mesa em tais
ocasiões. Aos iniciados, mesmo que “levemente”, no mundo do vinho, a Itália é
associada aos seus vinhos de cepas autóctones, muitas por sinal: vinhos
majestosos, profundos e aclamados internacionalmente. Mas, em um pedaço do
país, alguns produtores também optaram por expressar seus “terroirs” através de
cepas... francesas. Este “pedaço”, um dos mais belos da Península Itálica, é a
Toscana.
Sua História
A Toscana já era habitada pelos
etruscos por volta do século VIII a.C. A Etrúria, por sinal, abrangia as
regiões da Toscana e boa parte do Lácio e da Úmbria. Os etruscos eram
apaixonados pela cultura do vinho, tendo-a importado, junto com o cultivo das
oliveiras, do mundo grego, como atestam diversos achados arqueológicos nas
últimas décadas (em 2013, foi comprovada, através de ânforas e prensas de pedra
na região de Montpellier, a introdução da viticultura pelos etruscos em solo
francês).
Ruínas da antiga
cidade etrusca de Lattara, atual Lattes, nas proximidades de Montpellier,
França. No detalhe, local onde foi localizada grande quantidade de ânforas.
Os etruscos
implantaram na região a agricultura e a mineração, bem como a infraestrutura de
transporte necessária para escoar sua produção. Também foram responsáveis pela
criação do alfabeto latino, adaptado do grego. No entanto, em 509 a .C, Tarquínio, último
rei etrusco de Roma foi deposto, e foi implantada a República romana (a
influência deste povo na política e cultura romanas era muito grande).
Teatro Romano, em
Volterra: ateste da ocupação romana na Toscana.
A região
vivenciou a ascensão e queda do Império Romano, e certamente foi a
implementadora de diversas melhorias no cultivo da uva para fins de
vinificação. Após a queda de Roma em 476, a região foi transformada em província do
Império Romano do Oriente (Império Bizantino): porém, em 568, estes foram
expulsos da região pelos lombardos, povo germânico da Europa setentrional. Este
reinado durou cerca de 2 séculos: logo os francos, fundadores do Sacro Império
Romano-Germânico, ocupariam a Toscana. Estes empossaram os condes de Luca, um
dos principais centros da região, como seus senhores. Sua influência era tal a
ponto de interferir na escolha dos papas, à época. Sua última representante,
Matilde de Toscana (Matilde de Canossa), faleceu em 1115 e, em seu testamento,
legou a posse da região para os Estados Pontifícios, o que desagradou o Sacro
Império Romano-Germânico, adversário daqueles à época.
Matilde de Toscana (Basílica de São Pedro, Vaticano).
Neste ínterim, pouco a pouco as
principais cidades da Toscana obtiveram sua independência, tornando-se comunas, as quais combateriam
regularmente as investidas do Sacro Império sobre a região. Ainda sobre este
contexto de rivalidades e escaramuças entre o Sacro Império e os Estados
Pontifícios (papado), as cidades tomaram seu partido: enquanto Luca, Pisa e
Pistoia posicionavam-se ao lado deste último, a cidade de Florença
posicionava-se a favor do Sacro Império. Essa divisão, intensificada quando da
definição do novo monarca o qual assumiria o Sacro Império, era personificada
pelas facções dos guelfos (apoiadores
do “candidato” apoiado pelo papado) e gibelinos
(apoiadores do “candidato” apoiado pelo Sacro Império).
Guelfos e Gibelinos.
Até então, Pisa, com sua vocação
mercantil, era a cidade mais influente e poderosa da região. No entanto, após
divergências com a emergente Florença e sua derrota perante esta na Batalha de
Meliora (1284) marcaram o seu declínio e definitiva ascensão florentina. Em
pouco tempo, Florença tornar-se-á uma das mais influentes cidades de toda a
Europa, sob o comando enérgico da família Médici.
Brasão dos Médici.
Neste período de efervescência
cultural, bancado pelo poderio econômico dos Médici, onde alguns dos maiores
artistas da história da Humanidade puderam exercer livremente sua arte
(Donatello, Michelangelo, entre outros), um dos vinhos produzidos na região já
era altamente reputado. O Chianti era servido nos melhores jantares da época e
gozava de grande prestígio por toda a península Itálica. Sobre este, há uma
lenda a qual envolve o direito sobre o uso do nome Chianti no rótulo dos
vinhos:
“Em
meados do século XVII, Siena e Florença viram-se envolvidas em disputas e
questões envolvendo limites territoriais. Para resolver a desavença, as cidades
chegaram a um acordo: haveria uma disputa envolvendo 2 cavalos, um de cada
cidade, e cada um deveria partir, ao cantar do galo na alvorada, em direção à
cidade “rival”. O ponto em que ambos os cavaleiros se encontrassem determinaria
a fronteira dos domínios das cidades. E também poderia utilizar o nome
‘Chianti’ em seus vinhos.
Siena escolhera um galo forte e saudável para o cantar da alvorada, ao
contrário de Florença, a qual escolheu um galo negro e mal nutrido. Uma vez que
este último tinha fome, acordou primeiro, dando vantagem ao cavaleiro
florentino: ambos se encontraram muito próximos da cidade de Siena.”
Selo representativo dos vinhos conhecidos como “Chianti Clássico”, com a
alusão ao “galo negro”.
Após o
término do domínio dos Médici sobre a região (1737), a mesma passou pelo
domínio de diversos reinos europeus até que, em 1799, a França de Napoleão
Bonaparte ocupa a Toscana, porém sem sucesso: uma revolta popular expulsou os
estrangeiros. Porém em vão: em 1800, após a Batalha de Marengo, a região
torna-se novamente possessão francesa, situação que perduraria até 1814. Em
1860, após plebiscito realizado, a Toscana tornou-se uma comuna pertencente ao
Reino da Itália, situação que perdura até os dias atuais.
Enquanto
isso, no mesmo ano, Ferrucio Biondi-Santi produzia em Montalcino, comuna
próxima à cidade de Siena, um vinho tinto produzido à base de uma variedade da
cepa autóctone Sangiovese, a Sangiovese Grosso (Brunello). O vinho
imediatamente adquiriu uma excelente reputação, porém até 1950 sua fama
permaneceria circunscrita à região. Somente após este ano o conhecido Brunello di Montalcino ganharia o mundo.
Em 1980, o governo italiano decretou a criação da DOCG (Denominazione di
Origine Controllata e Garantita) Brunello di Montalcino.
Biondi-Santi DOCG
Brunello di Montalcino.
No final
dos anos 1960, a
Tenuta San Guido, localizada em Bolgheri, produz o vinho Sassicaia, à base da
cepa tinta francesa Cabernet Sauvignon. O rótulo não obedecia às regras
exigidas para recebimento do “selo” DOC em seu rótulo; porém, na década
seguinte, os vinhos produzidos com cepas “estrangeiras” na região passam a
receber a denominação “supertoscanos”,
vinhos que fariam muito sucesso na década de 1980 e contribuiriam para acentuar
a já grande fama da região em produzir grandes vinhos.
Sassicaia Cabernet
Sauvignon 1968: o precursor dos vinhos “supertoscanos”.
Sua Localização
Localização da Toscana
(em vermelho) no território italiano.
A Toscana
localiza-se no centro-norte da Península Itálica, delimitada ao norte pela
província de Emília-Romagna, a oeste pela Ligúria e pelo Mar Tirreno, a leste
pelas províncias da Úmbria e Marche, e ao sul pelo Lácio, província onde
localiza-se a capital do país, Roma.
Seu Clima e Solo
O
macroclima na região da Toscana é do tipo “mediterrânico”, ou seja, possui
estações bem definidas, com verões secos e invernos de temperaturas instáveis.
Devido a topografia bastante irregular, a vinicultura beneficia-se com tal
relevo, devido às diferenças de incidência solar nos vinhedos plantados sobre
as colinas, bem como as variações significativas de temperatura entre o dia e a
noite.
Quanto ao
solo, podemos dizer que há um verdadeiro mosaico deles na região. No nordeste, ele
é predominantemente calcário. Próximo aos Montes Apeninos, as já citadas
colinas são de origem vulcânica, pontuadas por “ilhas” argilosas e arenosas.
Próximo aos principais rios que percorrem a região (Arno, Orta e Ombrone, entre
outros), predominam os solos arenosos, compostos de rochas sedimentares e
cascalho.
Suas Sub-Regiões
Vinícola Fratelli
Triacca, Maremma.
Uma vez
berço de vinhos internacionais, é de se esperar uma regulamentação rigorosa e
detalhada da Toscana. Abaixo segue um mapa vinícola da região:
Mapa vinícola da
Toscana.
Abaixo,
segue relação das denominações regulamentadas existentes na Toscana,
considerando as denominações oficiais IGT, DOC e DOCG:
Denominação IGT:
- Alta Valle
del Greve IGT
- Colli della
Toscana Centrale IGT
- Maremma Toscana IGT
- Vallagarina IGT
- Val Di Magra IGT
- Montecastelli IGT
- Toscano o Toscana IGT
Denominação DOC:
- Ansonica
Costa dell’Argentario DOC
- Barco Reale di Carmignano DOC
- Barco Reale di Carmignano DOC
- Barco
Reale DOC
- Bianco della Valdinievole DOC
- Bianco dell’Empolese DOC
- Bianco di Pitigliano DOC
- Bianco Pisano di San Torpè DOC
- Bianco Vergine della Valdichiana DOC
- Bianco della Valdinievole DOC
- Bianco dell’Empolese DOC
- Bianco di Pitigliano DOC
- Bianco Pisano di San Torpè DOC
- Bianco Vergine della Valdichiana DOC
-
Valdichiana DOC
- Bolgheri DOC
- Bolgheri DOC
- Bolgheri
Sassicaia DOC
- Candia dei Colli Apuani DOC
- Capalbio DOC
- Colli dell’Etruria Centrale DOC
- Colli di Luni DOC
- Candia dei Colli Apuani DOC
- Capalbio DOC
- Colli dell’Etruria Centrale DOC
- Colli di Luni DOC
- Colli di
Luni Vermentino DOC
- Colline Lucchesi DOC
- Cortona DOC
- Elba DOC
- Grance Senese DOC
- Maremma Toscana DOC
- Montecarlo DOC
- Montecucco DOC
- Monteregio di Massa Marittima DOC
- Montescudaio DOC
- Terre di Casole DOC
- Terre di Pisa DOC
- Moscadello di Montalcino DOC
- Orcia DOC
- Parrina DOC
- Pomino DOC
- Rosso di Montalcino DOC
- Rosso di Montepulciano DOC
- San Gimignano DOC
- Sant’Antimo DOC
- Sovana DOC
- Terratico di Bibbona DOC
- Val d’Arbia DOC
- Val D´Arno di Sopra DOC
- Val di Cornia DOC
- Valdichiana Toscana DOC
- Valdinievole DOC
- Vin Santo del Chianti DOC
- Vin Santo del Chianti Classico DOC
- Vin Santo di Montepulciano DOC
- Colline Lucchesi DOC
- Cortona DOC
- Elba DOC
- Grance Senese DOC
- Maremma Toscana DOC
- Montecarlo DOC
- Montecucco DOC
- Monteregio di Massa Marittima DOC
- Montescudaio DOC
- Terre di Casole DOC
- Terre di Pisa DOC
- Moscadello di Montalcino DOC
- Orcia DOC
- Parrina DOC
- Pomino DOC
- Rosso di Montalcino DOC
- Rosso di Montepulciano DOC
- San Gimignano DOC
- Sant’Antimo DOC
- Sovana DOC
- Terratico di Bibbona DOC
- Val d’Arbia DOC
- Val D´Arno di Sopra DOC
- Val di Cornia DOC
- Valdichiana Toscana DOC
- Valdinievole DOC
- Vin Santo del Chianti DOC
- Vin Santo del Chianti Classico DOC
- Vin Santo di Montepulciano DOC
Denominação DOCG:
- Brunello di
Montalcino DOCG
- Carmignano DOCG
- Chianti DOCG
- Chianti Classico DOCG
- Elba Aleatico Passito DOCG
- Montecucco SangioveseDOCG
- Rosso Val di Cornia DOCG
- Survereto DOCG
- Morellino di Scansano DOCG
- Vernaccia di San Gimignano DOCG
- Nobile di Montepulciano DOCG
- Carmignano DOCG
- Chianti DOCG
- Chianti Classico DOCG
- Elba Aleatico Passito DOCG
- Montecucco SangioveseDOCG
- Rosso Val di Cornia DOCG
- Survereto DOCG
- Morellino di Scansano DOCG
- Vernaccia di San Gimignano DOCG
- Nobile di Montepulciano DOCG
Como é
possível notar, a variedade da produção vinícola na Toscana é enorme; por isso,
detalharemos somente algumas de suas regiões mais conhecidas e importantes:
- Maremma Toscana
IGT e DOC: no extremo sul da Toscana, na fronteira com o Lácio,
encontra-se esta região, onde são produzidos vinhos tintos, fortificados,
rosés, brancos, de sobremesa e espumantes, utilizando-se das cepas Trebbiano ,
Vermentino , Malvasia branca,
,Sangiovese , Ciliegiolo , Ansonica , Chardonnay , Sauvignon , Alicante
, Cabernet Sauvignon , Cabernet Franc, Canaiolo tinta , Merlot , Syrah e
Viognier;
- Bolgheri DOC e Bolgheri Sassicaia
DOC: famosas por
serem as pioneiras na introdução de cepas clássicas francesas na região, os
vinhos daqui adquiriram fama internacional a partir dos anos 1970. Tornou-se
uma denominação DOC em 1983, e podem utilizar em seu corte as cepas Sauvignon ,
Vermentino , Trebbiano , Cabernet Sauvignon , Merlot , Cabernet Franc , Syrah e
Sangiovese. São produzidos rótulos tintos, brancos e rosés. Para a DOC Bolgheri
Sassicaia, a única exigência é que seus rótulos tintos possuam ao menos 80% de Cabernet Sauvignon;
- Rosso di Montalcino DOC: denominação mais simples em relação
a DOCG Brunello di Montalcino, dada a legislação mais branda em relação a esta,
porém origem de vinhos de ótima qualidade. Uma das diferenças em relação aquela
denominação reside no tempo de envelhecimento do vinho produzido;
- Vin Santo del Chianti Classico DOC
e Vin Santo di Montepulciano DOC: o “vin santo” é um estilo próprio
de vinho de sobremesa da Itália, particularmente nas províncias da Toscana e
Úmbria. É produzido a partir da desidratação de cachos de uvas brancas, o que
aumenta a sua concentração de açúcar. Na Toscana há 2 denominações DOC mais conhecidas pela sua produção, surgidas nos anos 1990: Chianti
Classico e Montepulciano. A principal diferença é a possibilidade de utilização
da cepa branca autóctone Grechetto nestes últimos;
- Brunello di Montalcino DOCG: na província de Siena, mais precisamente na comuna de
Montalcino, é produzido aquele que, junto com os Barolos da região do Piemonte,
é um dos vinhos mais longevos em termos de envelhecimento da Itália. Trata-se
da primeira região do país a ter recebido a denominação DOCG, em 1966. Sua origem remonta ao início do século XIX,
através dos estudos de Clemente Santi acerca da cepa tinta autóctone
Sangiovese, em especial de uma variedade conhecida como Brunello. Em 1860, seu
neto Clemente produziria a primeira safra, que já revelara-se excepcional. Os
vinhos tem de ser obrigatoriamente varietais da cepa, podendo receber o
complemento “Reserva” se disponibilizados para o mercado após 6 anos da safra, 2
anos em barricas de carvalho e 6 meses envelhecido em garrafa;
- Chianti DOCG e Chianti Classico
DOCG: duas das mais
afamadas denominações da Itália, Chianti e Chianti Classico foram alçadas a
denominação DOC em 1967, elevadas a DOCG em 1996. A legislação vigente
nesta região permite somente a cepa tinta Sangiovese (Chianti) ou no máximo 20%
de outras cepas tintas “adequadas” a Toscana (Chianti Clássico). Os primeiros
registros históricos dos vinhos “Chianti” datam de 1398; em 1716, os Médici
outorgaram a três cidades da Lega Del
Chianti a produção do vinho, tornando-se a primeira Denominação de Origem
conhecida (marca até hoje contestada pelos portugueses, que entendem que a
primeira região demarcada para produção de vinhos tenha sido a DO Vinho do
Porto, em 1756);
- Elba Aleatico Passito DOCG: o vinho “passito” é um produto da desidratação das uvas. Há três formas de desidratar a uva: secagem ao sol sobre
esteiras, secagem em local coberto especial e secagem do cacho na própria
videira. As primeiras referencias a este vinho datam da Idade Média, com a sua
elaboração pelos templários na ilha de Chipre. Para os passitos produzidos nesta
DOCG (a mais importante e prestigiosa denominação existente para este estilo de
vinho), há importantes regras quanto a quantidade de videiras por hectare e
concentração de uvas por videira: sua produção deve incluir tão somente a cepa
tinta Aleatico, plantadas exclusivamente na ilha de Elba;
- Nobile di Montepulciano DOCG: com origens que remontam ao século XVI, mais precisamente a
aldeia de Montepulciano, localizada no sudeste da Toscana, esta denominação foi
alçada a categoria DOC em 1966, e desde 1980, uma DOCG. Para sua produção, deve
haver um percentual de 70% de Sangiovese, podendo o restante ser de outras
cepas tintas “adequadas” a Toscana;
- Carmignano DOCG: esta denominação, bem como Bolgheri e Bolgheri Sassicaia, permitem a
inclusão de um percentual de cepas clássicas francesas: além das tradicionais
tintas Sangiovese, Canaiolo tinta e as brancas Malvasia Bianca, Trebbiano e
Canaiolo branca, também são permitidas tanto a Cabernet Sauvignon e Cabernet
Franc, que inclusive devem fazer parte do corte.
Suas Castas
A Toscana
deve muito de sua fama internacional no mundo vinícola não somente pela
utilização das cepas francesas em seus rótulos, em algumas regiões, mas talvez
e principalmente à tinta Sangiovese, base de seus
Chiantis e Brunellos di Montalcino.
Sangiovese.
Largamente
cultivada na Itália, e em quantidades bem menores em países como Argentina, EUA
e Austrália, a Sangiovese também é conhecida pelos seguintes nomes: Sangiovese
Grosso, Brunello, Uva brunella, Morellino,
Prugnolo, Prugnolo Gentile, Sangioveto, Tignolo e
Uva Canina. Na região da
Toscana podemos identificar o cultivo de 03 variedades: a Piccolo,
largamente cultivada; a Grosso, a qual engloba, entre outras, a sub-variedade
Brunello; e a Prugnolo Gentile, utilizada na DOCG Nobile di Montepulciano. Gera
vinhos de grande elegância, boa acidez, complexidade e incrível versatilidade. O clima e
solos da região são perfeitamente adequados ao cultivo da cepa.
Também são
onipresentes na região cepas como a Vermentino, Trebbiano, Canaiolo e Malvasia
Bianca (brancas) e Canaiolo (tinta), além da presença já mencionada das cepas
Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot.
Seus Principais Produtores
Seguem
nomes de alguns dos mais renomados produtores da Toscana:
- Antinori
- Avignonesi
- Baricci
- Biondi-Santi
- Carpineto
- Castell’in Villa
- Castello Banfi
- Castello dei
Rampolla
- Castello di
Ama
- Castello di
Volpaia
- Fattoria dei
Barbi
- Fattoria
Selvapiana
- Fèlsina
- Fonterutoli
- Il Palagio
- Isole e Olena
- Le Chiuse
- Le Potazzine
- Le Ragnaie
- Marchesi de Frescobaldi
- Monsanto
- Montenidoli
- Poggio Argentiera
- Poggio di Sotto
- Riecine
- Rocca Delle Macie
- Salvioni
- Siro Pacenti
- Stefano Amerighi
- Tenuta di Valgiano
- Tenuta Dell’Ornellaia
- Tenuta San Guido
- Tenuta Sette Ponti
- Val delle Corti
- Valdicava
Vinho Degustado: Rocca Delle Macie
Moonlite 2013 (Toscana IGT)
Vinho
produzido pela jovem Rocca delle Macie, vinícola fundada em 1973 após aquisição
da propriedade pelo cineasta Italo Zingarelli. Zingarelli ficou famoso na época
de ouro do cinema italiano (anos 1950 e 1960) como roteirista de grandes
classicos. É mais conhecido no Brasil pelos filmes "western-spaghetti"
feitos com a dupla Terence Hill + Bud Spencer (Trinity). Rocca delle Macie
possui uma área de 200
hectares de vinhedos, além de produzir azeite,
distribuídas em propriedades localizadas em Maremma e Chianti. Das propriedades
desta última, três eram antigos burgos, adaptados atualmente para a produção de
vinhos. O mesoclima do vinhedo o qual dá origem ao rótulo avaliado é
tipicamente mediterrâneo e o rótulo é uma pequena constelação branca
(assemblage de Chardonnay, Pinot Grigio, Trebbiano d' Abruzzo e Vermentino). Ao
vinho:
Análise Visual
Visual límpido, de baixa
intensidade, borda incolor, núcleo amarelo palha, tons esverdeados;
Análise Olfativa
Aroma de média intensidade,
primário, de amêndoas, cítrico, maçã verde;
Análise Gustativa
Seco, sabor de alta intensidade de
maçã verde e amêndoas, corpo médio, álcool médio para baixo, acidez alta.
Persistência ótima, final corretíssimo.
Considerações Finais
Saboroso,
vivo, Belo corpo: acompanha bem aves grelhadas, truta e salmão ao molho de
alcaparras, frutos do mar, ou solo.
Pontuação: 89 FRP
Vinho Degustado: Balzi Fratti 2014 (Chianti DOCG)
A vinícola Castellani, produtora
existente desde fins do século XIX, quando da criação do empreendimento pelo
patriarca Alfred Castellani em Montecalvoli, utiliza de preceitos sustentáveis
em todas as etapas de produção de seus vinhos. Em sua história passou por
severos obstáculos, como um grave problema de erosão em seu vinhedo original em
1966 e, no Ano Novo de 1982, um incêndio atingiu sua sede; porém, a
determinação da família sempre prevaleceu sobre as adversidades. Seus vinhedos
mais importantes estão localizados em Santa Lúcia, no Vale do Rio Arno, no
centro-norte italiano.
O vinho avaliado enquadra-se nas
regras exigidas para que possa ostentar em seu rótulo que trata-se de um DOCG
(Denominazione di Origine Controllata e Garantita), a mais alta denominação
existente na Itália. Neste caso, um Chianti (corte das cepas Sangiovese,
Canaiolo e Ciliegiolo). Ao vinho:
Análise Visual:
Visual límpido, de média
intensidade, borda rubi clara com tons violáceos e núcleo rubi;
Análise Olfativa:
Aromas primários, de alta
intensidade, remetendo a fruta vermelha bem madura e um delicioso caramelo;
Análise Gustativa:
Seco, de sabor acentuado, acidez alta
e taninos gostosos, corretos, apresentou corpo intenso, e álcool médio para
alto. O sabor é frutado, suculento. Persistente.
Considerações Finais:
Volumoso, possante, ainda jovem,
enfim, itálico, de boa tipicidade: vai evoluir mais um pouco. Um belo Chianti.
Massas ao molho vermelho e carnes vermelhas ao forno são excelente
acompanhamento.
Pontuação: 90 FRP
Fontes:
Quattro Calici:
http://www.quattrocalici.it/
Wikipedia:
Revista
Adega: